sábado, 16 de junho de 2012

Imprensa: Supertaça AFL - Lourinhanense, 2 - Vilafranquense, 0


Um golo a fechar o primeiro tempo, outro no início do segundo, ambos de bola parada, fizeram a diferença.
O Lourinhanense junta assim a Supertaça ao título de Campeão da Divisão de Honra da AFL, pelo que está de PARABÉNS, tal como o Vilafranquense, que foi um digno vencido. Na zona de entrevistas, espaço para os comentários dos treinadores Luís Brás e Pedro Borreicho. 

 Perante um adversário reactivo, o Lourinhanense persistiu no ataque até chegar ao golo inaugural. O 2-0 é lance raro, um canto directo, que surgiu poucos minutos após o Vilafranquense ter desperdiçado uma boa oportunidade. Daí até final as "Piranhas do Tejo" atacaram com tudo, mas o Lourinhanense não perdeu a compustura e garantiu a inviolabilidade das suas redes. Assim se poderá resumir a partida.

O Lourinhanense entrou em 4x4x2 clássico... Centrais Fábio Santos e Manu, ladeados por Marco Ramos (direita) e Nélson (esquerda). Paulo Inácio e Bruno eram os médios mais recuados, atrás de José Carlos e Paulinho (este, com grande amplitude de movimentos!). Pedro Fonseca era a referência atacante, auxiliado por Portela. Quanto ao Vilafranquense, terá apostado antes num 4x1x3x2... Não muito diferente. Centrais Bruno Neves e Ricardo Rocha, ladeados por Nuno (direita) e Félix (esquerda). Fábio Rosa era o médio mais recuado, atrás de um trio composto por Paulo Sérgio (mais defensivo), João Castro e Bruno Pernes. Paulo Grazina e Alfredo Fernandes eram os atacantes. Valendo-se de um quarteto ofensivo muito dinâmico, do qual gostaríamos de sublinhar a mobilidade de Paulinho, muito rematador, ou a iniciativa de Portela, o Lourinhanense dominou ao longo do primeiro tempo, mas não acrescentaríamos o advérbio claramente... Porquê? Culpa do sector defensivo das "Piranhas do Tejo", com destaque para Nuno e Paulo Sérgio, este então particularmente atento.


Perante um Vilafranquense claramente reactivo, ou expectante, se preferirem, os remates à sua baliza foram-se sucedendo, sempre com um perigo relativo, nuns casos com má pontaria (José Carlos, 7 minutos, ou Portela, de canto, aos 13), ou então fracos, à figura (Paulinho, 14). Pedro Fonseca protagonizou um lance garrido aos 19 minutos, de confraternização com o guarda-redes Carlos Fialho, sobre o qual nos ocorre perguntar se não haveria ali lugar para a marcação de algo, mas enfim. Leia-se isto apenas como uma dúvida nossa, não num sentido de questionar a equipa de arbitragem. No ataque, o Vilafranquense vivia da velocidade de Paulo Grazina, que não chegava para tudo. Aqui e ali, a sua rectaguarda fraquejava... Por exemplo, a defesa de Carlos Fialho em resposta ao livre de Paulinho, aos 25 minutos, foi algo atabalhoada. Já aos 35, o cabeceamento de Portela foi fraco e à figura, mas nós perguntamos: como é que apareceu Nélson tão à vontade, para fazer o cruzamento? Erros pontuais, mas que terão dado ânimo ao Lourinhanense, que viria a beneficiar de uma grande penalidade aos 40 minutos. Não temos a melhor visão do lance para opinar, mas doeu, por envolver um jogador da classe de Félix. Ele não merecia! Alheio a estas considerações, Pedro Fonseca rematou sem dar chance.

Ao intervalo, o Lourinhanense trocou Portela por Paulo Silva, enquanto no Vilafranquense João Castro deu lugar a Diogo Calisto, que veio ocupar uma posição mais recuada no meio-campo, subindo Fábio Rosa. Aos 49 minutos Bruno Pernes surgiu muito forte na esquerda, pairando aí o golo do empate... Mas pouco depois, qual golpe de teatro, surgiu sim o 2-0, na marcação de um canto directo. Assim, não há condições! Poderíamos terminar o artigo por aqui, dizendo que até final o Vilafranquense forçou desesperadamente o ataque, enquanto o Lourinhanense, que nem profissionais, geriram o jogo. Colocando algum detalhe... Logo no minuto seguinte, Paulo Grazina no seu jeito característico escapuliu-se no ataque e rematou ao lado. Seguiu-se Alfredo Fernandes, num acrobático pontapé de bicicleta, anulado pela atenção do guarda-redes Dário. Foi das poucas vezes que vimos o avançado em acção, de modo que não surpreendeu a sua substituição, por Milton, claramente mais consistente. Na mesma leva, saiu também central (Bruno Neves), por troca com médio (Guilherme Ferreira). Por outras palavras, aos 56 minutos o Vilafranquense mudou o seu xadrez táctico para algo próximo de um 3x5x2! Neste quadro, o Lourinhanense podia ter facturado o 3-0 numa das iniciativas de Paulinho ou Paulo Silva, que entrou aos 68 minutos para o lugar de Portela.

O próprio guarda-redes Carlos Fialho funcionava como líbero, principalmente a partir do momento em que o Vilafranquense esgotou as suas subtituições e fechou em 3x4x3! Para que conste: trio defensivo composto por Nuno, Ricardo Rocha e Félix; Paulo Sérgio como médio mais recuado, atrás de um trio composto por Diogo Calisto (direita), Bruno Pernes (centro) e Guilherme Ferreira (esquerda); Hernâni Oliveira como ponta-de-lança, auxiliado por Marco Silva e Milton. As substituições do Vilafranquense funcionaram bem. Tanto Guilherme Ferreira, como Marco Silva ou Milton deram água pela barba à defesa do Lourinhanense, que actuou sempre muito concentrada. Nem no momento de substituir guarda-redes (Dário por Sérgio, aos 83 minutos) se fraquejou, conforme Marco Silva pôde confirmar. A cinco minutos do fim Alverca viu ordem de expulsão, por acumulação de amarelos, mas nem por aí conseguiu o Vilafranquense facturar o seu tento de honra... De certa maneira, até piorou. Bastou ao Lourinhanense aproximar a linha do meio-campo com a da defesa, deixando apenas Pedro Fonseca mais adiantado. Conclusão... Duas grandes equipas em confronto, uma dos distritais (Vilafranquense), outra que é já dos nacionais (Lourinhanense) e demonstrou o porquê da sua saída deste patamar.

A ambos os conjuntos desejamos toda a sorte do mundo para a próxima época, que será difícil, em particular para o Lourinhanense, na Terceira Nacional, agora reformulada em moldes cruéis. No próximo ano, das duas uma: ou sobe à 2ª Nacional, ou regressará aos Distritais, sem manutenção nem meios-termos.


Campo da Quinta do Recanto (Mem Martins), 10 de Junho de 2012, 17:00 horas. Final da Supertaça AFL, 2011/2012. Sob a arbitragem de Mário Soares, as equipas alinharam: Lourinhanense: 1- Dário (99- Sérgio, aos 83'); 3- Nélson, 4- Marco Ramos "cap.", 7- Paulinho (2- Guilherme, aos 83') e 8- José Carlos; 9- Pedro Fonseca, 16- Portela (10- Paulo Silva, aos 68'), 17- Paulo Inácio e 19- Bruno (13- Alverca, ao intervalo); 22- Fábio Santos e 30- Manu (23- Edgar Garcia, aos 68'). Treinador: Luís Brás. Vilafranquense: 1- Carlos Fialho; 2- Nuno, 3- Ricardo Rocha, 4- Bruno Neves (15- Guilherme Ferreira, aos 56') e 5- Félix; 6- Paulo Sérgio; 7- Fábio Rosa (17- Hernâni Oliveira, aos 69'), 8- Bruno Pernes e 9- Paulo Grazina (18- Marco Silva, aos 69'); 10- João Castro "cap." (14- Diogo Calisto, ao intervalo) e 11- Alfredo Fernandes (13- Milton, aos 56'). Treinador: Pedro Borreicho. Golos: 1-0, Pedro Fonseca (40', g.p.); 2-0, José Carlos (52'). Acções disciplinares: amarelos para Bruno, Paulinho e Alverca (2) (Lourinhanense); João Castro e Félix (Vilafranquense). Vermelho por acumulação para Alverca, aos 85' (Lourinhanense). Observações: com a saída de João Castro, ao intervalo, a braçadeira de "capitão" passou para Paulo Grazina. Com a saída deste, aos 69', a braçadeira passou então para Carlos Fialho (Vilafranquense).

 Conversámos também com o treinador Pedro Borreicho (VILAFRANQUENSE), que comentou assim: Foi um bom jogo, equilibrado até à marcação da grande penalidade, através da qual o Lourinhanense saiu para intervalo a ganhar por 1-0. Na segunda parte tivemos algum ascendente, o Lourinhanense resguardou-se, mas sofremos logo no início mais um golo de bola parada, num canto directo, e pronto. Atacámos, mas não conseguimos marcar.
A prestação do Vilafranquense no Campeonato correspondeu às expectativas? 
Sim, não se pode dizer que tenha sido mau. Eu só cheguei a meio da época... As perspectivas apontavam para um Campeonato tranquilo em que a equipa apresentasse um bom futebol, com outra qualidade. Foi bom. Fonte: Atlético Digital

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